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Abraços sapais.

sábado, 5 de abril de 2008

Era uma vez ...

Era uma vez o Reino da Sapolândia, governado pelo Príncipe-Regente KSappo, uma vez que o Rei, aclamado pelo povo, foi passear, em busca da peruca genérica perdida.

O Reino da Sapolândia, em janeiro de 2008, possuia exatamente 1343 lagoas, de diversos tamanhos e finalidades, numero esse aumentado em 200 lagoas, segundo o Príncipe Regente.

Em cada lagoa ficam um número bem grande de rãzinhas e pererecas, cuidadas por vários tipos de sapos, dentre os quais:

- Sapos amarelos: são obrigados a pular de lagoa em lagoa (de acordo com as vagas disponíveis), coachando para cada grupo de rãs e pererecas, que não lhe pertence;

- Sapos verdes: não precisam pular de lagoa em lagoa -só se quiserem, pois são donos de seus próprios agrupamentos de pererecas e rãs;

- Sapos despossuidos de manchas: aqueles que, depois de não medirem sacrifícios em benefício das rãzinhas e pererecas a eles confiados, adoeceram gravemente, e foram postos de lado, proibidos de terem contatos com rãs e pererecas;

- Sapo verde-escuro: o lider da lagoa - cada uma possui um, ajudado por outros sapos verde-escuros menores.

Acontece que o Príncipe Regente KSappo resolveu, de repente, atender um antigo pedido dos sapos amarelos: serem transformados em sapos verdes, para não precisarem mais pular de lagoa em lagoa. Disse que isso seria muito bom para todos, mas não disse como ocorreria, causando muito mal estar e até disputas entre os sapos. Só disse que essa mágica aconteceria no Dia da Mentira. Caso algum sapo amarelo não quisesse, bastaria assinar um papel, mas não disse o que aconteceria depois.

Claro que pouquíssimos sapos amarelos assinaram esse documento, pois o sonho antigo - de se transformar em sapos verdes, estava muito próximo de se concretizar. Mas, ainda havia muita dúvida de como isso aconteceria.

Nesse momento, entra em cena a Fada da Fonte Seca, que em nome do Príncipe-Regente, procurava tranqülizar todos os sapos:

- Companheiros sapos: vocês verão como vai ser bom. Não se preocupem, as tranformações são doloridas, mas depois, todos coacharão de tanta alegria.

Para alguns sapos verdes, medrosos em perder sua parte da lagoa para algum sapo amarelo em processo de coloração, a mesma fada dizia:

- Os atuais sapos verdes não serão prejudicados pela coloração dos ex-sapos amarelos. Vocês vão ver que bom será para todos.

Mas não esclarecia, nem para os amarelos, nem para os verdes, como aconteceria essa tão esperada coloração dos sapos amerelos em verdes. E as ansiedade de todos, só aumentando.

Pior ficou para os sapos sem mancha: se não conseguirem de volta suas manchas em dois anos, serão postos fora da lagoa! Mas ninguém, nem o Príncipe-Regente, nem a Fada, disseram como conseguiriam ter suas manchas de volta.

Além disso, novos sapos verdes foram chamados para trabalharem nas lagoas, tirando a vez de sapos amarelos ainda não colorizados e deixando até mesmo alguns sapos verdes mais novos sem lugar, tendo de mudar até de lagoa - e contra a vontade!

Pior seria a situação das rãzinhas e das pererecas, perdidas com esse troca-troca de sapos. Para contentá-las, o Príncipe teve a grande idéia de intensificar a entrega de comida e roupinhas, para que elas ficassem felizes e bem vestidinhas, e nada percebessem do que estava ocorrendo: que cada uma das lagoas estavam sendo aquecida externamente, sem que ninguém - exceto os sapos verde-escuros (que faziam de conta de que estavam meio de fora da lagoa) percebesse.

Dia após dia a temperatura de cada lagoa vai subindo gradativamente, bem devagar, mas criando a sensação nos sapos de que nada podem fazer, ficando cada vez mais estufados diante da alegria de mudanças, mudanças estas não explicadas como acontecerão, apenas mudanças - "para o bem de todos", não importa como.

E a Fada da Fonte Seca cada vez mais contente, juntamente com o Príncipe-Regente KSappo.

Enquanto isso, rãzinhas e pererecas inocentes sofrendo com o aquecimento da lagoa, com os sapos fervendo, estufando de felicidade ("tudo vai melhora, é pro nosso bem") e cada vez mais sapos verde-escuros fazendo de conta de que está do lado de fora da sua lagoa, para não ficar cozido - apenas chamuscado, mas vivos. E o número de sapos sem-mancha só aumentando...


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NOTA DO AUTOR:

Sapos amarelos, verdes, verde-escuros e sem mancha, são ao meu ver, sapos - não importa a cor. Devem estar unidos cada vez mais, para que o aquecimento da lagoa pare (ou, pelo menos, diminua).

É inadmissível sapos perecerem e fazerem perecer rãs e pererecas a eles confiados. Precisam descobrir - a tempo, a quem interessa o aquecimento ( e conseqüente destruição) da lagoa. Precisam de ajuda externa, de sapos de outros reinos, que estão fora da água aquecida de sua própria lagoa.

Quando falo de sapos verde-escuros fazendo de conta que estão de fora, não estou pichando ninguém, apenas dando uma dica de que a sobrevivência da lagoa depende também de tais sapos, que podem ser uma "ponte" com os sapos dos outros reinos - tendo a obrigação ética de buscar ajuda, mesmo que contra a vontade do Príncipe-Regente e tapando os ouvidos ao canto da Fada.

E os sapos recem-chamados: foram desrespeitados na pressa em serem chamados para prováveis vagas fictícias.

Cada um que tire suas conclusões.
Repito: sapos são sapos, independente das cores! Mas também não podemos admitir mudanças sem critérios claros, caso contrário não serão transformações, mas sim DEFORMAÇÕES (e o calor da lagoa, vai deformando os sapos, deixando-os apáticos, sem ações, aparentemente contentes e consolados)...

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